Sujeitos do Cárcere: nomea？？es e efeitos de sentido

Este artigo analisa diferentes modos de nomear mobilizados pelo sistema prisional brasileiro para dizer do sujeito que vive no cárcere, privado de liberdade. Com fundamenta？？o teórica, sobretudo, da Análise de Discurso de vertente francesa, busca-se compreender os efeitos de sentido em funcionamento pela escolha vocabular. O mote é o Projeto de Extens？o da Universidade do Oeste de Santa Catarina, intitulado “Direito e Cárcere – Remi？？o da Pena pela Leitura”, estimulado e amparado pela Lei de Execu？？o Penal (BRASIL, 2011), pela Recomenda？？o n. 44 do Conselho Nacional de Justi？a (CNJ, 2013), pelos princípios orientadores das Diretrizes Nacionais para a Educa？？o em Estabelecimentos Penais (BRASIL, 2010) e pelo Plano estadual de educa？？o em pris？es 2016-2026: educa？？o, pris？o e liberdade, diálogos possíveis (SANTA CATARINA, 2017). Analisam-se discursivamente esses marcos normativos para a Educa？？o em Pris？es no Brasil, especificamente no que concerne à nomea？？o dos sujeitos que est？o atrás das grades, no intuito de compreender a implica？？o do fazer sentido nos processos discursivos das nomea？？es sobre a textualidade da lei. Pela análise linguística da materialidade do corpus, há indícios de como as nomea？？es s？o marcadas pelas estruturas de poder, enraizadas, cristalizadas e naturalizadas na sociedade e que se perpetuam há séculos