A música como amálgama cultural na montagem de Romeu e Julieta, do Grupo Galp？o

A montagem de 1992 da pe？a Romeu e Julieta pelo Grupo Galp？o, companhia teatral de Minas Gerais, caracteriza um importante momento de apropria？？o de uma das obras mais conhecidas do dramaturgo inglês William Shakespeare. Nessa adapta？？o, a música utilizada em cena ocupa um espa？o central na trama. Os atores n？o apenas representam seus papéis, mas também tocam diversos instrumentos e cantam. A presen？a da música na adapta？？o resgata seu papel e valor nas performances para a audiência do teatro elisabetano e mostra como o Galp？o traz essa informa？？o para a contemporaneidade, possibilitando uma maior compreens？o da recep？？o da obra de Shakespeare em contextos locais. As músicas selecionadas para a trilha sonora da pe？a formam uma espécie de “amálgama cultural”, por enfatizarem a grandeza e a for？a dos sentimentos dos trágicos protagonistas no desenrolar da trama, e também por constituírem um elemento-chave para a receptividade da plateia, cuja empatia com as can？？es é imediata. No contexto dos Estudos Culturais, que endossam uma no？？o plural e híbrida do conceito de cultura, a inser？？o de elementos tipicamente locais e de cunho popular, como modinhas, serestas e músicas folclóricas ressalta a pertinência e a atualidade dessas abordagens do texto shakespeariano