A infancia nas can？？es de Chico Buarque: da fantasia ao abandono

O cancioneiro de Chico Buarque apresenta um número considerável de can？？es que tratam do universo infantil, material ainda pouco estudado de maneira sistemática pela fortuna crítica do compositor. Nossos esfor？os, nesse artigo, ser？o direcionados para a análise das duas proposi？？es frequentes na obra do compositor, no que diz respeito à presen？a da infancia em sua obra. No primeiro caso, há uma forte marca do universo da fantasia e do sonho, no qual a infancia é vista como um locus amoenus, uma espécie de paraíso perdido. Em contraste à esta proposi？？o, nota-se na obra do compositor a presen？a da infancia por meio dos seus infortúnios, a pobreza e o abandono. Correspondendo à primeira perspectiva, ser？o analisadas as letras das can？？es “Até pensei”; “Jo？o e Maria”; “Maninha”; “Doze anos”; “Massarandupió”. No segundo caso, nossa análise se voltará para as imagens infantis construídas em “Pivete”; “O meu guri”; “Minha história”; “Brejo da cruz” e “Carioca”