Cortar a cidade com os pés: sobre travessias em paisagens brasileiras

No presente texto, discutimos o ato de caminhar como um princípio e um fim, podendo se configurar como uma a？？o performativa que se encerra nela mesma. A no？？o de travessia será apresentada em oposi？？o à de deriva, servindo-se da análise de duas travessias: uma em S？o Paulo e outra em Uberlandia, realizadas por grupos de artistas relacionados a uma pesquisa comum. A travessia de um território promove a dissolu？？o das fronteiras entre arte e realidade, entre visível e invisível, entre ver e fazer, reconfigurando a fun？？o do artista e o modo de usar a arte. Cria-se uma poética na qual arte e política s？o indissociáveis. Trata-se de uma a？？o que visa (re)cortar territórios em diferentes eixos, ressignificando seus usos e instaurando uma espécie de acontecimento na cidade. Geralmente, tal a？？o resulta em outras materialidades (relatos, fotos, vídeos e desenhos) que se apresentam para espectadores ausentes, como rastros ou vestígios dessa interven？？o no tecido urbano. Em nossa reflex？o, interessa perceber travessias como formas de subverter, de inverter perspectivas de ocupa？？o da cidade, sublinhando como potência e papel do artista a inven？？o de outros sentidos para hábitos e mundos já constituídos. Palavras-chave