Poesia periférica de autoria feminina como ruptura e resistência

A poesia de autoria feminina, contida na literatura marginal-periférica, traz consigo a for？a da resistência e a necessidade de fundar a autorrepresenta？？o de mulheres duplamente marginalizadas, tanto pela quest？o geográfica quanto pela quest？o de gênero. Testemunhas da cidade e da periferia, elas lan？am um olhar crítico e contundente à desconstru？？o de mitos e de tabus em torno da representa？？o feminina, recha？ando o ideário obsoleto da figura？？o de musas inspiradoras e trazendo as mulheres para a realidade de suas experiências e desejos. Por romperem com os intermediários e com o canone literário que as mediatiza, as escritoras periféricas fundam no fazer poético o espa？o simbólico de suas falas e corpos. O presente artigo tem como recorte a análise de poemas das escritoras Elizandra Souza, por meio das obras Punga (2007) e águas da Caba？a (2012) e Luiza Rom？o, por meio da obra Coquetel Motolove (2014), tendo como objetivo desvelar a representa？？o da mulher por meio do lugar de fala das escritoras da literatura marginal-periférica