Lembrar é preciso: as conquistas portuguesas revisitadas por exemplares da imprensa colonial elaborada em Portugal e Mo？ambique (1922-1937)

A preserva？？o de uma vitória pode perder-se rapidamente se n？o for rememorada e idealizada para as gera？？es futuras. Surge, ent？o, a necessidade de se criar narrativas que mantenham vivas as glórias e respaldem as a？？es presentes. Da mesma forma, os que foram derrotados podem elaborar novas estratégias de enfrentamento para manterem-se ativos diante de um cenário no qual n？o s？o mais considerados atores principais, mesmo que ainda sejam imprescindíveis para o desenrolar da trama histórica. Grosso modo, foi assim que se desenvolveram as rela？？es entre Portugal e Mo？ambique colonial. Portanto, o artigo objetiva refletir sobre o surgimento e atua？？o de alguns periódicos que fizeram do colonialismo teor de discuss？o em ambos os lados e levantaram a problemática da tradi？？o imperialista portuguesa para seus leitores. Para tal, vale-se da proposta analítica de averigua？？es “intra-jornal” e “inter-jornais”, defendidas por Zicman, e das orienta？？es de Capelato e Prado, segundo as quais os impressos s？o concebidos como instrumentos capazes de intervir e manipular interesses na sociedade. Conjectura-se, ao final, que a rememora？？o do passado conquistador lusitano esteve ligada à busca de legitimidade dos autores dentro da sistemática colonial