Leni Riefenstahl: Profeta do Fascismo Midiático

Há um saber fascista que flutua em torno das imagens midiáticas de forma negociada e politicamente corrigida. Neste artigo pretendo refletir sobre este saber a partir de um conjunto de imagens que o somatiza de forma exemplar. Refiro-me ao livro de fotografias Os últimos Nuba (The Last of Nuba, 1972) da realizadora alem Leni Riefenstahl, com especial aten o para o aspecto do totalitarismo cínico que subjaz ao processo de corre o política na sua imagem. Para tanto, parto de uma concep o sintomática da cultura, psicanalítica e historicamente orientada, em que os signos visuais produzidos e celebrados por ela apontam para uma dimens o recalcada de suas disposi es subjetivas em acordo com seus contextos históricos. Estarei atento, portanto, à composi o em si que a imagem apresenta; às rela es entre seus elementos; entre aquilo que é visível e o que possui uma significa o; entre as expectativas e satisfa es que agencia, nos conflitos entre express o e conteúdo. Os últimos Nuba marca a passagem da celebra o aberta dos fascismos nas sociedades para uma forma mais sutil e politicamente conveniente de express o desta sensibilidade política. Ele precede o ideal obcecado pela perfei o física sob o disfarce reativo de um saudável multiculturalismo como observamos atualmente na mídia mainstream. é em torno do objetivo de aprofundar e mobilizar a nossa percep o estética do fascismo que deteremos este artigo.