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A soberania como vontade e como representa oKeywords: Soberania , representa o , política , ética Abstract: A soberania é frequentemente considerada um conceito em vias de perder a pertinência que conheceu nos últimos séculos e de alcan ar um estatuto meramente histórico. Na origem desta convic o, vaga mas generalizada, é possível identificar a suposi o de uma racionalidade cosmopolita, onde o político tende a esgotar-se no ético, que p e em causa os estados como unidade de decis o. à luz desta perspectiva, o conceito de soberania revela-se n o só ambíguo, mas antinómico. Neste artigo, proponho que a antinomia é inerente à soberania e considero que: a) é impossível sacrificar qualquer um dos pólos da antinomia do poder soberano, sem retirar ao seu conceito a universalidade que lhe permite abarcar factos historicamente muito diferentes; b) o simples desajustamento entre o conceito na sua pureza, digamos, a priori e a realidade cada vez mais interdependente dos estados n o é suficiente para refutar a sua pertinência enquanto operador que possibilita a compreens o do político no contexto da modernidade, isto é, sem o recurso ao transcendente ou à tradi o.
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