|
Veritas 2012
Ortega y Gasset nos revela o segredo: em torno da mudan a em liberdade = Ortega y Gasset reveals the secret to us: about the change within freedomKeywords: FILOSOFIA , ORTEGA Y GASSET , JOSé - CRíTICA E INTERPRETA O , REFORMA SOCIAL Abstract: Em 18 de setembro de 1789, referindo-se ao alcance do poder constituinte da Assembleia Nacional, Mirabeau afirmou que era preciso, nessas horas de mudan a, “evitar a subitaneidade do transito”. Em um luminoso ensaio de 1927, consagrado ao “Orador do Povo”, José Ortega y Gasset ensina que, na ocasi o, “a política de Mirabeau, como toda política autêntica, postula a unidade dos contrários. é preciso, ao mesmo tempo, um impulso e um freio, uma for a de acelera o, de mudan a social, e uma for a de conten o que impe a a vertiginosidade”. Esta defini o de Ortega, que equipara a constru o de um novo regime com o método da política, n o só é singularmente útil para analisar as situa es em que os processos de mudan a n o s o descontínuos, onde a ruptura é de alguma maneira negociada, mas torna a nosso autor um autêntico teórico da reforma social e, por esta via, da modera o política (e da virtude, na tradi o aristotélica). N o se esgota aqui, porém, o veio da modera o em Ortega. Em outra obra contemporanea da anterior, o filósofo espanhol evoca uma dimens o n o menos importante dela: o tema da convivência e da concilia o. E se vale de um autor do século XIV, Ibn Khaldun, para lembrar-nos o ilusório da table rase, para que advirtamos que ainda em nossos dias toda mudan a duradoura deve valer-se sempre de uma tradi o longa contra uma tradi o curta, que é através do retorno que se faz o novo. Parafraseando, pois, o título deste segundo ensaio, Ortega y Gasset nos revela o segredo: as chaves da mudan a social em liberdade. On September 18, 1789, referring to the scope of the constituent power of the National Assembly, Mirabeau asserted the necessity in those times of change to “set aside the suddenness of transition”. In a brilliant 1927 essay devoted to the “Tribune of the People”, José Ortega y Gasset points out that, under the circumstances, “Mirabeau’s politics, as do all genuine politics, start from the premise of the junction of opposites. What is needed is both an impulse and its counterbalancing slowing effect, an acceleration force of social change coupled with one of moderation that may prevent a vertiginous spiral”. This definition by Ortega, who puts the elaboration of a new regime on an equal footing with the method in politics, not only is particularly useful to analyze the situations in which transitional processes are not discontinuous and rupture is somehow negotiated, but makes the author a true social reform theoretician and thus one of political moderation (and of virtue, according to Aristotelian tradition). However, Ortega’s moderati
|