Os umbrais do humano: o homem como dispositivo biopolítico e o animal contemporaneo

De acordo com a detec o de Giorgio Agamben, o dispositivo antropológico atualmente em obra na cultura ocidental opera, desde Aristóteles, recortando uma forma de vida humanamente predicada (bios) sobre a vida nua (zoé). Essa opera o, qualificada pelo paradoxo e pela exce o que engendra, anima, em larga medida, a crítica que Agamben endere a às Cartas de Direitos Humanos em Al di là dei diritti del’uomo. Nas trilhas de uma tradi o que remonta a Nietzsche e é legada a Foucault, Deleuze, Derrida e Agamben, traduzir-se-ia um pensamento que, ao operar no seio do dispositivo antropológico, busca desvencilhar-se do homem – seja pelo além-do-homem, seja por uma micropolítica de intensidades sem sujeito. O aporte dessas filosofias apela às indetermina es dos devires, mas também demonstra a negatividade que o conceito de homem opera em rela o à vida dos homens quando se compreende a política como a potência de varia o das formas de vida.