Efeito da troca da firma de auditoria no gerenciamento de resultados das companhias abertas brasileiras.

O Brasil é uma das poucas na es em que o rodízio de auditores é obrigatório para companhias abertas. Assim, o país é um cenário ideal para avaliar se a qualidade das informa es contábeis é impactada pela mudan a – obrigatória ou voluntária – da firma de auditoria. Nesse sentido, o objetivo geral deste estudo foi verificar os efeitos da mudan a da firma de auditoria no gerenciamento de resultados das companhias abertas brasileiras. A qualidade da auditoria está relacionada com o conhecimento sobre as transa es realizadas pelo cliente e com a independência na execu o de testes realizados. Acredita-se que longos períodos de relacionamento entre auditor e clientes colaborem para a redu o da independência. Assim, espera-se que a troca da firma de auditoria contribua para o aumento da independência e que o aumento da independência tenha como consequência um menor nível de gerenciamento de resultados. A qualidade da auditoria, porém, pode ser impactada negativamente pela falta de conhecimentos aprofundados sobre as atividades dos novos clientes. A troca de auditor poderia, ent o, contribuir para a redu o da qualidade das demonstra es contábeis pelo tempo de aprendizado necessário para a adequada compreens o das transa es ocorridas durante o período. As compara es foram realizadas por meio de testes de diferen a de médias e também com uso de regress o. Por meio de cinco métricas diferenciadas e dois modelos de gerenciamento de resultados, as evidências encontradas s o preliminares e n o permitem afirmar que sempre que existe troca da firma de auditoria há, necessariamente, redu o no nível de gerenciamento de resultados nas empresas brasileiras. Portanto, n o é possível afirmar que o rodízio resulte em aumento da qualidade das demonstra es contábeis. Espera-se que tal resultado contribua para o atual debate sobre a permanência da troca obrigatória de auditores.