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PERI 2012
Seria a intolerancia aos ateus na Primeira Carta consequência necessária da teoria da motiva o do Ensaio?Keywords: Locke , tolerancia , ateus , motiva o , autointeresse , probabilidade Abstract: Na sua Primeira Carta Sobre a Tolerancia, Locke afirma que ateus n o devem ser tolerados, pois n o reconhecem deveres e n o s o confiáveis nas rela es em sociedade. Os comentadores, embora lamentando esta afirma o, consideram-na conclus o inevitável de dois pontos da teoria lockiana da motiva o moral exposta no Ensaio sobre o Entendimento Humano: a dependência dos deveres em rela o ao medo da puni o e o papel do medo da puni o divina na suplementa o do medo da puni o humana. Neste artigo, proporemos dois contra-argumentos à explica o dos comentadores. O primeiro, de que motivos de autointeresse inteiramente compatíveis com a teoria da motiva o do Ensaio poderiam servir de motiva o para a conduta moral dos ateus em sua vida civil. O segundo, de que ateus estariam pelo menos na mesma condi o de crentes que desafiam a puni o divina em que creem, sendo, assim, merecedores pelo menos da mesma tolerancia. Pretendemos mostrar que, mesmo aceitando todas as premissas sobre motiva o moral do Ensaio, é ainda possível recomendar aos ateus melhor tratamento.
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