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Concep es de saúde, doen a e cura entre os Madema e Nyungwe de Mo ambiqueDOI: 10.5712/rbmfc7(1)570 Keywords: Cosmovis o , Saúde , Doen a , Cura Abstract: Introdu o: Este trabalho visa apresentar as concep es de saúde, doen a e cura presentes no universo cultural do povo Madema e Nyungwe de Mo ambique, como concep es que tem uma profunda rela o com o sistema cultural. Entender as etiologias relacionadas à doen a é necessário para entender o sentido do modelo terapêutico presente entre esses povos e a articula o dos modos de produ o de saúde. O que é saúde? O que é estar doente? Quando é que a cura acontece? Esses s o alguns questionamentos a serem levados em conta quando o tema é a tríade (saúde, doen a e cura) no contexto africano mo ambicano. Dado que o modelo exegético local sobre a doen a segue parametros socioculturais, para a nossa pesquisa interessa uma analise do fen meno “duplo vinculo”, isto é, a busca do sentido da doen a e concomitantemente a busca pela cura, tanto na biomedicina assim como na etnomedicina. Para a nossa analise importa entender a hipótese de que se trata de dois sistemas de saúde, isto é, a medicina dos sentidos e o sistema biomédico. No quotidiano Madema e Nyungwe, quando o assunto é doen a na família, as pessoas fazem de tudo para trazer de volta a saúde, mesmo que isso implique num duplo vinculo. Método: O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de campo feita em Mo ambique, que permite uma leitura das representa es de saúde e de praticas de cura tradicionais, que coexistem na sociedade mo ambicana ao lado da biomedicina. Trata-se de perceber que num país onde a popula o viveu 16 anos de guerra civil, sem assistência bimedico-hopitalar para todos, a popula o com os seus conhecimentos botanicos tradicionais conseguiu inúmeras vezes combater as doen as. Quando chegava o servi o medico convencional, havia agrega o, articula o e complementa o e n o rejei o. Como o entendimento das concep es nativas de saúde, doen a e cura podem contribuir para um servi o publico de saúde que dialoga com a tradi o? Ou seja, como entender o impacto da cultura no sistema médico como um sistema cultural?
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