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Sociedade e Estado 2012
A terra e seus vários sentidos: por uma sociologia e etnologia dos moradores de fazenda na áfrica do Sul contemporaneaDOI: 10.1590/s0102-69922012000200008 Keywords: Trabalhadores Rurais , áfrica do Sul , Lutas por Terra , Sem Terras , Apartheid , Farm Workers , South Africa , Fight for Land , Landless People , Apartheid Abstract: Este texto é resultado de pesquisas realizadas com o Landless People's Movement, na áfrica do Sul, e tem como tema a rela o histórica estabelecida entre os trabalhadores rurais moradores de fazendas de brancos (denominados farm dwellers, em inglês, ou abahlali basimapulazini, em Zulu) e as terras em que vivem. A partir de dados bibliográficos, fontes documentais e pesquisa de campo, defendemos a hipótese de que essas pessoas comp em uma categoria fluida, do ponto de vista das políticas de restitui o, de reforma e de direito à terra. Tratar-se-ia de uma categoria em que estariam entremeadas as consequências do apartheid, as transforma es na agricultura, as religi es e as leis costumeiras. Trama e fluidez que constituem um problema para antropólogos e sociólogos que se aventuram a lidar com a quest o, assim como para os próprios movimentos e ONGs que a representam. Tanto do angulo das políticas, como dos textos de ciências sociais, esses trabalhadores encarnariam os dilemas de n o serem vistos nem como suficientemente modernos, tampouco como tradicionais a ponto de garantirem status teórico no escaninho dos estudos sobre o campesinato e trabalhadores rurais ou no da Etnologia africana clássica This paper presents the results of a composition of literature review and field research on the Landless People's Movement struggles in South Africa aiming to explore the historical relation between the farm dwellers and the land they live's claim. Drawing from fieldwork notes, archives and literature debates, I state that the fluidity of this category, that embraces consequences of the apartheid, transformations in the agricultural sector, religion and customary laws affects their relations with the State, social movements and NGOs. This complexity also becomes problematic due to the fact that they cannot be easily described by the traditional sociological narratives designed for farm workers, peasants and neither with the one's of the classical African ethnology.
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