%0 Journal Article %T Homem : um caso de desgramaticaliza o? %A Odete Pereira da Silva Menon %J Caligrama : Revista de Estudos Romanicos %D 2011 %I Universidade Federal de Minas Gerais %X Resumo: A l¨ªngua portuguesa conheceu um recurso de indetermina o do sujeito correlato ao franc¨ºs on, e proveniente da mesma fonte, o latim homine(m). Embora muito frequente em textos arcaicos, a forma homem desapareceu da l¨ªngua portuguesa. Gra as a uma edi o cr¨ªtica da obra Castelo perigoso, podemos talvez deslindar, em parte, as raz es e a ¨¦poca do desaparecimento do pronome indefinido homem, resultado da gramaticaliza o do substantivo homem. Elisa Branco da Silva utilizou dois manuscritos da vers o portuguesa (mss. Alc. 199 e 214, Biblioteca Nacional de Lisboa), situando temporalmente o Alc. 199 na primeira metade do s¨¦c. XV, e o Alc. 214 como c¨®pia tardia do primeiro, feita em finais dos anos quatrocentos ou in¨ªcio dos quinhentos. Tomando como base da edi o o Alc. 199, ela p e em aparato cr¨ªtico as diferen as encontradas o Alc. 214. A¨ª vamos encontrar uma diferen a fundamental no tratamento dado ¨¤s ocorr¨ºncias de homem: o copista, muitas vezes, registra esse pronome antecedido do artigo definido. Esse fato pode nos balizar a ¨¦poca em que o car¨¢ter gen¨¦rico desse recurso de indetermina o se tornou opaco: o copista teria interpretado a ocorr¨ºncia como sendo (i) o substantivo homem, que precisa ser especificado com o artigo definido; (ii) como o homem, refer¨ºncia, por meton¨ªmia, ¨¤ humanidade; ou, ainda, teria sofrido a concorr¨ºncia da constru o com o pronome se. Ser¨¢ demonstrado tamb¨¦m que h¨¢ diferen as entre o manuscrito e a vers o impressa em outra obra (O cathecismo pequeno), conforme sua edi o cr¨ªtica. Palavras-chave: Pronome homem; indetermina o do sujeito; desgramaticaliza o; pronome se; transmiss o de textos. : Portuguese knew a resource of subject indeterminacy related to French on, and from the same source, Latin homine(m). Although very common in old texts, the form homem disappeared of Portuguese. Thanks to a critical edition of the work Castelo perigoso, perhaps we can unravel, in part, the reasons and the time of the disappearance of the indefinite pronoun homem, a result of the grammaticalization of the noun homem. Elisa Branco da Silva used the Portuguese version of the two manuscripts (mss. Alc. 199 and 214, Biblioteca Nacional de Lisboa), temporarily placing Alc. 199 in the first half of the 15th century, and Alc. 214 as a late copy of the first one, made in the end of the 15th century or in the beginning of the 16th century. Considering Alc. 199 as the basis for the edition, she puts in the critical apparatus the differences found in the copy. There we find a fundamental difference in treatment given to occurrences of homem: t %U http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/caligrama/article/view/1617