%0 Journal Article %T Dimens es e singularidades da Medicina de Fam¨ªlia e Comunidade Dimensions and singularities of Family and Community Medicine Dimensiones y singularidades de la Medicina Familiar y Comunitaria %A Armando Henrique Norman %J Revista Brasileira de Medicina de Fam¨ªlia e Comunidade %D 2012 %I Sociedade Brasileira de Medicina de Fam¨ªlia e Comunidade (SBMFC) %R 10.5712/rbmfc7(24)675 %X A edi o no 24 da Revista Brasileira de Medicina de Fam¨ªlia e Comunidade (RBMFC) traz importantes temas a nossa reflex o, tanto para a Estrat¨¦gia Sa¨²de da Fam¨ªlia (ESF) - quanto ¨¤ sua efetividade e abrang¨ºncia - como para a especialidade em Medicina de Fam¨ªlia e Comunidade (MFC), visto que apresenta temas que nos distinguem de outras ¨¢reas da biomedicina. A primeira tem¨¢tica poderia ser definida enquanto o potencial da ESF para a produ o de sa¨²de no Brasil. Um exemplo ¨¦ o artigo Desempenho de indicadores nos munic¨ªpios com alta cobertura da Estrat¨¦gia Sa¨²de da Fam¨ªlia no Estado de S o Paulo que destaca como alguns munic¨ªpios desse Estado apresentam melhores resultados com rela o aos indicadores pactuados, quando comparados com munic¨ªpios que n o expandiram a cobertura da ESF. A segunda tem¨¢tica resgata aspectos centrais da especialidade em MFC. Apesar da morte e sofrimento serem comuns a todas as especialidades m¨¦dicas, na MFC, em particular, ela ¨¦ problematizada na rela o m¨¦dico-paciente e nos programas de forma o, como, por exemplo, na ferramenta Ciclo de vida1. Nesta ferramenta, a morte se destaca como uma das crises normativas que marcam a exist¨ºncia, visto que nela se encerra o drama do sofrimento e da condi o humana2. Assim, o artigo Crying Patients in General/Family Practice: incidence, reasons for encounter and health problems resgata o potencial do MFC para ressignificar o sofrimento humano atrav¨¦s do cuidado personalizado e longitudinal dos pacientes. Quais os significados das l¨¢grimas? Estamos preparados para um aprofundamento nesta dimens o do cuidado? Esses matizes da profiss o do MFC tamb¨¦m se descortinam no caso cl¨ªnico intitulado Ser M¨¦dico de (sua) Fam¨ªlia. Nele, o autor explora os limites da ¨¦tica e da rela o profissional-familiar ao contextualizar a tomada de decis o frente ao processo de cuidado, adoecimento e morte de um membro da fam¨ªlia. Entretanto, a morte ainda segue sendo um tabu, um tema para n o se discutir e tampouco um fen meno a ser reconhecido. Isso ¨¦ particularmente verdadeiro, visto que s o poucos os m¨¦dicos e enfermeiros que se sentem confort¨¢veis para lidar com esse tema2. ¨¦ reconhecido que os processos de morte s o momentos dos mais tocantes para os seres humanos, pois remetem a nossa pr¨®pria finitude. Por exemplo, Yalom3 caracteriza a morte como sendo uma ¡®experi¨ºncia limite¡¯ (boundary experience), isto ¨¦, um evento que nos impulsiona a nos confrontarmos com nossa pr¨®pria situa o existencial no mundo. Para o autor, o reconhecimento da finitude est¨¢ na raiz das ansiedades e, por isso, o ser humano constr¨®i meca %U http://www.rbmfc.org.br/index.php/rbmfc/article/view/675